Sobre nós
Observatório da Educação do Campo do Vale do Rio Pardo
Rede de Observatórios da Educação do Campo do Rio Grande do Sul
Apresentação:
O Observatório da Educação do Campo no Vale do Rio Pardo (ObservaEduCampoVRP) tem sua origem nas lutas das Escolas Famílias Agrícolas contra o fechamento das escolas no campo, contra os agrotóxicos e em defesa da agricultura familiar agroecológica, bem como na sua atuação nos movimentos pela educação do campo como um direito. Além disso, nasce da relação da Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (EFASC) com a Articulação em Defesa da Educação do Campo (AEDOC) do Rio Grande do Sul e com Grupo de Pesquisa-CNPq: Educação Popular, Metodologias Participativas e Estudos Decoloniais na Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).
O ObservaEduCampoVRP, em 2019, passou a integrar uma rede de observatórios regionais que surgiu em consequência da realização de uma extensa jornada de trabalho, animada pelas inquietações de docentes, de estudantes e dos movimentos sociais em defesa da educação do/no campo. E tem a sua realização e continuidade através das pesquisas "Educação, Trabalho e Emancipação: experiências pedagógicas das Escolas Famílias Agrícolas do Vale do Rio Pardo" (2021-2022) e "Educação, Trabalho e Alimentação: saberes e práticas em espaços não escolares" (2021-2022), trabalhos de Iniciação Científica e investigações em níveis de Mestrado e Doutorado., assim como pelo projeto de extensão: "Observatório da Educação do Campo no Vale do Rio Pardo (ObservaEduCampoVRP): uma experiência de extensão-comunicação".
Além disso, pesquisadores/as vinculados/as a diferentes universidades gaúchas realizam projeto de pesquisa-ação, sob a coordenação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em articulação com outras universidades, movimentos sociais e escolas famílias agrícolas que integram, em sua maioria, a AEDOC. Esse projeto está intitulado: "Observatório da Educação do Campo do Estado do RS (ObservaEduCampo/RS): Rede de Observatórios Regionais" e deverá ser realizado entre 2020 e 2024.
Vínculos e "Co-labor-ação":
Conforme Paulo Freire (2005), o trabalho coletivo é uma das características da ação dialógica, por isso, ocorre entre sujeitos que se encontram e, ainda que tenham papéis e funções distintas de responsabilidades, confiam uns nos outros. Ao invés de extensão, promove comunicação. O desvelamento do mundo, da realidade que "está sendo", implica sempre uma nova forma de ação para transformá-lo, ou seja, CO -LABOR-AÇÃO.
O Observatório da Educação do Campo do Vale do Rio Pardo (ObservaEduCampoVRP) está vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação - Mestrado e Doutorado da UNISC (PPGEdu-Unisc) através do Grupo de Pesquisa-CNPq: Educação Popular, Metodologias Participativas e Estudos Decoloniais e da Linha de Pesquisa: Educação, Trabalho e Emancipação; além da Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (EFASC), da Escola Família Agrícola do Vale do Sol (EFASOL) e suas respectivas mantenedoras, a Associação Gaúcha de Escolas Famílias Agrícolas (AGEFA) e a Associação Escola Família Agrícola de Vale do Sol (AEFASOL). Entende-se que o trabalho de observar e de agir acontece a partir da "co-labor-ação" entre sujeitos coletivos.
Em âmbito estadual, a rede de observatórios que forma o Observatório da Educação do Campo/RS conta com o trabalho de pesquisadores/as das seguintes Instituições de Ensino Superior: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e a Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).
Para a elaboração de mapas, o ObservaEduCampoVRP conta com o trabalho compartilhado com o repositório GeoSaúde-UNISC, em especial com o apoio técnico de Daniel Felipe Schroeder e com a supervisão do Prof.Dr. Camilo Darsie.
Grupo de Pesquisa:
O Grupo de Pesquisa-CNPq: Educação Popular, Metodologias Participativas e Estudos Decoloniais tem como objetivo compreender, através da pluralidade de sujeitos e das suas experiências, a construção de alternativas educativas, epistemológicas e metodológicas populares. Tem como referência as discussões entre modernidade/colonialidade, emancipação/libertação/dependência e educação/trabalho, relacionadas às questões de classe, gênero e raça/etnia - ou seja, o pensamento e a teoria crítica.
O conjunto de seu trabalho deve repercutir na articulação dos estudos desenvolvidos pelas/os pesquisadoras/es integrantes do grupo de pesquisa; no fortalecimento da Linha de Pesquisa "Educação, Trabalho e Emancipação" do PPGEdu UNISC em diálogo com as perspectivas decoloniais e críticas da/na América Latina; no fortalecimento de ações interinstitucionais e de internacionalização da pesquisa no campo da educação popular e das metodologias participativas.
Como ação, as pesquisas realizadas no âmbito do Grupo de Pesquisa-CNPq têm como objetivo organizar o ObservaEduCampoVRP. O desenvolvimento e o fortalecimento do ObservaEduCampoVRP segue sendo a ação principal do Grupo que realiza pesquisas em seus diferentes níveis - mestrado, doutorado, iniciação científica e de excelência.
Para consultar outras informações sobre o Grupo de Pesquisa-CNPq: Educação Popular, Metodologias Participativas e Estudos Decoloniais, acesse o site o Diretório de Grupos de Pesquisas no Brasil - CNPq: http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/319864.
Escolas Famílias Agrícolas no Rio Grande do Sul:
A experiência das EFAs, enquanto alternativa político-educativa que se organiza pela pedagogia da alternância, nasce com os sujeitos do campo na década de 1930, na França, mas só chega ao Brasil em 1968, disseminando-se pelos estados brasileiros.
As Escolas Famílias Agrícolas surgem no Rio Grande do Sul, em 2009. A primeira delas é a Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (EFASC), situada no município de Santa Cruz do Sul. Em 2013, é fundada a Escola Família Agrícola da Serra Gaúcha (EFASSERA), no município de Caxias do Sul; em 2014, a Escola Família Agrícola de Vale do Sol (EFASOL) no município de Vale do Sol; e, em 2016, a Escola Família Agrícola do Sul (EFASUL), no município de Canguçu.
Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (EFASC)
A Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (EFASC) é uma escola mantida pela Associação Gaúcha das Escolas Famílias Agrícolas (AGEFA) composta por agricultores e agricultoras que proporcionam ensino contextualizado com a vida no campo. Os/As estudantes, filhos e filhas desses trabalhadore/as rurais, são oriundos/as de, pelo menos, dez municípios do Vale do Rio Pardo (Santa Cruz do Sul, Rio Pardo, Venâncio Aires, Sinimbu, Boqueirão do Leão, Passo do Sobrado, Vera Cruz, General Câmara, Herveiras e Vale Verde) compreendendo, aproximadamente, 120 comunidades, a cada ano letivo. A EFASC oferta os cursos de Ensino Médio e Técnico em Agricultura através da pedagogia da alternância, possibilitando que os/as jovens alternem espaço-tempo na escola e espaço-tempo na unidade produtiva familiar, tendo como foco problematizador o ser, estar, produzir e reproduzir enquanto sujeitos contextualizados na e com a agricultura.
Em números, em 2021, a EFASC atendeu 117 estudantes e 41 estagiários/as, alcançando o total de 277 egressos e egressas em 12 anos de atuação.
É importante ressaltar que a EFASC é uma escola comunitária que, através de sua mantenedora, a AGEFA, conta com 31 parcerias entre Associações, Cooperativas, Empresas e Poder Público Municipal, Estadual e Federal que se mobilizam para manter a escola em defesa da educação do campo no Vale do Rio Pardo. A Universidade de Santa Cruz do Sul é uma dessas parcerias firmadas em convênio.
Escola Família Agrícola de Vale do Sol (EFASOL)
Em maio de 2012 foi fundada a Associação Escola Família Agrícola de Vale do Sol (AEFASOL). Desde então, este grupo de famílias, pessoas e instituições têm trabalhado de mãos dadas para promover o desenvolvimento ecológico e solidário do campo através da vivência teórico-metodológica da Pedagogia da Alternância. A Escola Família Agrícola de Vale do Sol (EFASOL) é uma Escola de Ensino Médio e Técnico em Agricultura que iniciou suas atividades escolares em 10 de março de 2014 em Linha Formosa, Vale do Sol/RS. Por ter caráter comunitário e ter como base a Pedagogia da Alternância, vivência proposta por e para filhas e filhos de agricultoras e agricultores familiares, nossa escola tem em cada centímetro de seu território, a luta pela Educação do Campo.
A Pedagogia da Alternância tem como proposta alternar espaço tempo, mantendo o vínculo das/os jovens com suas famílias e propriedades, assim, unindo o saber popular ao acadêmico e a prática à teoria, para alcançar a formação integral que também é sustentáculo da educação feita nas EFA.
Em números, em 2022, a EFASOL conta com 90 estudantes em formação e 16 municípios de abrangência, sendo a capacidade máxima da escola na estrutura atual. São 111 egressos, destes, 74 já diplomados sendo, oficialmente, Técnicos em Agricultura. Neste ano, será formada a sétima turma de ensino médio e técnico. A Universidade de Santa Cruz do Sul é uma dessas parcerias firmadas em convênio.
Equipe de Pesquisadores/as:
A Rede de Observatórios Regionais (ObservaEduCampoRS) está organizada conforme territorialidade estabelecida pelos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (COREDES). Assim, a Profa.Dra. Aline Reis Calvo Hernandez, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), coordena o Observatório correspondente ao COREDE Metropolitana e Delta do Jacuí; a Profa.Dra. Elisete Enir Bernardi Garcia, pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS-Litoral) e da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), coordena o Observatório correspondente ao COREDE Litoral Norte; o Prof.Dr. Jerônimo Sartori, da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS-Erechim), coordena o Observatório do COREDE Norte; a Profa.Dra. Carla Valeria Leonini Crivellaro, pesquisadora da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), coordena o COREDE Campanha. E, por fim, a Profa. Dra. Cheron Zanini Moretti, da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), a Profa.Dra. Cristina L.B. Vergütz, coordenadora pedagógica da EFASC e representante da AGEFA, e o Prof. Lic. Marlon A. Bianchini, monitor da EFASOL e representante da AEFASOL coordena o Observatório correspondente ao território de abrangência do COREDE Vale do Rio Pardo. A coordenação geral da Rede de Observatórios que formam o Observatório da Educação do Campo/RS está sob a responsabilidade de coordenação da Profa.Dra. Conceição Paludo, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A equipe envolvida no ObservaEduCampoVRP é formada por pesquisadores/as do GP-CNPq: Educação Popular, Metodologias Participativas e Estudos Decoloniais, da Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (EFASC) e a Escola Família Agrícola do Vale do Rio Pardo (EFASOL). Trata-se de grupo/equipe transdisciplinar que tem como princípio a realização de um trabalho compartilhado, que vem construindo uma trajetória comum em temáticas, em abordagens metodológicas e em teorias da educação comprometidas com o conhecimento, a cultura, o trabalho e as lutas sociais dos povos do campo por direito à terra, à agroecologia e a educação.
As informações acadêmicas e científicas dos/das integrantes da equipe do ObservaEduCampoVRP podem ser consultadas no quadro abaixo: